Um viajante dessa estrada chamada existência, encontrou-se de repente em grande dificuldade. Em sua percepção visual, experimentou uma sensação de que estava vindo em sua direção um gigante que muito lhe amedrontava, mas por detrás dele existia alguém levantando as mãos e gesticulando para ele, tentando chamar a sua atenção – era a esperança acenando. Ela gritava, silenciosamente, o seu nome (…) e dizia: não volte, pare e observe direito, mantenha a calma, recobre o ânimo, não se desespere, siga em frente! Você já passou por tantos outros desafios e momentos difíceis, saiu mais fortalecido, mais moldado e maduro.
Mesmo relutante, continuou cuidadosamente a sua caminhada buscando compreender e enxergar tudo, mas os seus olhos estavam fixados na esperança e em seus acenos. Mais à frente, ele ouviu um canto, era o eu lírico do Renato Russo que manifestava sua voz em forma de poesia cantada. Nesse canto, havia um discurso que não apenas provocava reflexão, mas também, sentimentos, sensações e emoções, o tema do discurso era “MAIS UMA VEZ”, e a tônica reafirmava: “Mas é claro que o sol vai voltar amanhã. Mais uma vez, eu sei. Escuridão já vi pior, de endoidecer gente sã. Espera que o sol já vem.” O viajante seguiu sua viagem embalado. Seguiu sua viagem ouvindo o canto e contemplando a face horizontal, imanente e temporal da esperança.
Mais à frente, ele ouviu um outro aceno que lhe soou familiar, era o eu lírico de Helosía Rosa, que fazia ecoar uma mensagem que saía em forma de canção das páginas de um maravilhoso livro que o vento folheava, e o tema da mensagem que suscitava reflexão, sentimentos e emoções nobres, era – “HÁ UM LUGAR”. E os versos afirmavam: “Há um lugar onde a verdade reina. Há um lugar de vitória em meio à guerra. Há um lugar onde a inconstância não me domina. Há um lugar onde minha fé é fortalecida. Há um lugar onde a paz é quem governa. Há um lugar onde os sonhos não se abortam. Há um lugar onde os seus medos não te dominam. Há um lugar que quando se perde é que se ganha. Esse lugar é no Senhor”. O viajante percebeu que estava inundado por uma leve paz, uma confiança e coragem que ele jamais tinha experimentado antes, era o contato com a realidade vertical, transcendental e eterna da esperança castillo hinchable de boda.
Somos todos viajantes, suscetíveis a frustrações, desânimo e medo; sujeitos aos espantos negativos que existem nas estradas da vida, exatamente como estamos vivendo agora. E para não paralisarmos, carecemos dos acenos da esperança em sua dimensão horizontal, sobretudo, os acenos que emergem da dimensão vertical da esperança. Este último, nos faz caminhar com um grau mais elevado de segurança no presente, nos fazendo vislumbrar o novo horizonte que desponta em nosso futuro. Eis a dimensão teológica da esperança – Jesus Cristo, que ao se entregar na cruz sucumbindo ao aparente fracasso da crucificação na sexta feira da paixão, levantou-se em poder e glória no domingo da ressurreição, nos esperançando com o triunfo da esperança sobre a desesperança, revelando-se como a Esperança que nunca morre. Ele é a Esperança Eterna.
Ei viajante, o que me dizes? Digo-lhe, meu semelhante, quando perceber que o sol se pôs no horizonte da sua existência, e a noite fria, sem lua e sem estrelas, persistem em manter a sua vida na densa escuridão das incertezas e desesperanças, olhe para aquele que é a Resplandecente Estrela da Manhã – Jesus Cristo. Ele pode fazer a cortina do leste se abrir e um novo sol, o sol da justiça, bilhar em seu horizonte, aquecer e esperançar a sua vida, restaurando e embelezando a sua existência.
Eis o convite da esperança:
“Vinde a mim, todos que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei”
Jesus Cristo (Mateus 11.28).
Por: Márcio Chagas
SSA, abril/2020