Queridos pastores, principalmente os mais novos, considerem esse texto. Se não lhe for útil, descarte. Antes de prosseguir expresso a minha gratidão pela oportunidade de cuidar e ajudar, na lida pública e privada, pessoas que sem perceber compraram uma narrativa de descuido com consequentes prejuízos. Para esses o meu apoio, a minha disposição, respeito, oração e discrição. Escrevo com temor, mas sem prescindir da responsabilidade. Escrevo para fazer sinalizações e se possível influenciar, aquele que se permitir. Escrevo com pesar, mas faço isso desejando contribuir para que a minha geração se referencie pelo bons exemplos de homens tementes a Deus que estão à sua frente, homens que nos inspiram e nos encorajam, as vezes sem saber, a servirmos a Deus com zelo e consagração.
O livro, Amado Timóteo: Uma coletânea de Cartas ao Pastor, a meu ver é um dos livros mais importantes no campo da teologia pastoral, atual. Nele é possível encontrar verdades e conselhos muito pertinentes para que o pastor seja ajudado a se conduzir com satisfação, correspondendo ao chamado do Mestre. Sem a pretensão de um orientador, recomendo a leitura.
O tema do cuidado, primariamente de si mesmo, é fundamental, principalmente para o ministro do evangelho. O futuro ministerial de um obreiro depende (horizontalmente) do seu desenvolvimento, especificamente no que tange a sua santificação. Existe organização (digo, os operadores viciados da estrutura) que ignora isso, e rejeita com classe, desclassificada, muitas vezes a representação de obreiros que demonstram vigorosa piedade, tal organização não tem apreço por esse critério, mas o reino de Deus não abre mão dele. Não nos enganemos, habilidades são importantes, mas em Cristo como pessoas salvas pela graça, fomos chamados à retidão. O Deus da Bíblia que é tremendamente amoroso e santo exortou o patriarca: “Eu sou o Deus Todo-Poderoso, anda em minha presença e sê perfeito” (Gn. 17.1). E continua a exigência: “Como filhos obedientes, não vos conformando com as concupiscências que antes havia em vossa ignorância; 15 Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver;16 Porquanto está escrito: Sede santos, porque eu sou santo” (I Pe. 1.14-16). Percebe o que o apóstolo Pedro faz? Pois é, ele indica a nossa condição de “filhos obedientes”, em seguida mostra as implicações. O cuidado de si mesmo pressupõe esta consciência, pois sem esta consciência é difícil cultivar a autovigilância, o cuidado próprio hinchables bungee run.
Vejamos um apontamento de extrema importância acerca do tema em questão feito por Tom Ascol, citando Conrad Mbewe no livro supramencionado – CUIDADO COM AS MÁS COMPANHIAS (tópico do capítulo dois). Para o seu conhecimento transcrevo:
[…] Além do cansaço provocado pela luta com a carne (isto é, a natureza caída que ainda reside em nós), a outra fonte de fadiga é a má influência de algumas pessoas, as quais você admira na obra do Senhor. Por esta razão, se você intenta perseguir uma devoção única para com Deus, em um ministério que irá durar por toda vida, deve tomar cuidado com as companhias que irá manter em sua vida ministerial. O conselho do apóstolo Paulo se aplica tanto aos descrentes quanto àqueles que estão na liderança da igreja, “Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes” (I Co 15.33). O conselho de Paulo a Timóteo a este respeito é de vital importância. Ele disse:
Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres que amigos de Deus, tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder. Foge também destes (2 Tm 3.1-5).
Há homens correspondentes a esta descrição trabalhando por aí nos ministérios. Toda vez que você se encontra com eles, sente-se como se estivesse com a alma suja, pelo modo como eles falam e por suas atitudes. Eles o fazem sentir como se você levasse o cristianismo e suas funções ministeriais a sério demais, e o induzem a descuidar de sua vigilância própria. Foge também destes, Timóteo. Faça isto antes que o efeito cancerígeno deles se espalhe muito rápido em sua alma! […]
O homem de Deus precisa ter cuidado com o seu coração, com as suas atitudes, seus gestos, suas palavras, suas conversas, seus comportamentos, sua vida integralmente. Não acredite no canto do diabo, que diz que para relaxarmos das pressões do ministério, precisamos sentar para jogar conversa fora e dá muitas reisadas, sem censura, falando palavrões, produzindo piadas imorais, conversações indecentes e olhares não recomendados pelas Escrituras Sagradas, mulheres. A tensão do ministério se alivia no cultivo da devoção ao Senhor, se aconselhando e conversando com pessoas sábias e maduras, descansando, rindo e se alegrando com pessoas descentes, comendo, bebendo e fazendo outras coisas, mas tudo para a glória de Deus. O que passar disso é de procedência maligna, é má influência.
Ame as pessoas, se relacione e respeite todo mundo, mas não se renda as más influências. Não somos perfeitos, somos pecadores, pela graça carregamos o nobre ideal, glorificar a Deus em tudo. Não vale a pena se afastar de Deus para se aproximar de alguém. “Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem”. (I Tm 4:16).