“Falar-lhe-ás, dizendo: Assim diz o SENHOR: Mataste e, ainda por cima, tomaste a herança? Dir-lhe-ás mais: Assim diz o SENHOR: No lugar em que os cães lamberam o sangue de Nabote, cães lamberão o teu sangue, o teu mesmo.”
Acabe era um homem ímpio, um rei de personalidade deformada e terrivelmente mal assessorado. Com o seu ego frágil e fissurado pelo poder, buscou segurança em pessoas erradas, ele estava com o inimigo diuturnamente ao seu lado e não percebeu. Acabe não considerou que toda liderança que sacrifica o temor ao Senhor e a ética no altar da cumplicidade está condenada ao fracasso. Tudo o que ele conseguiu com o auxílio da mentoria de Jezabel foi se vender “para fazer o que era mau perante o Senhor, porque Jezabel, sua mulher, o instigava” – (I Rs 21.25). Acabe era um rei, mas estranhamente se sentia perturbado por um homem simples que andava com Deus, Elias, mas ele foi advertido por esse homem simples e também recebeu a sua sentença de morte. Acabe achou que o problema dele era Elias, coisa de néscio! Na verdade o problema de Acabe não era Elias, era o Deus a quem Elias servia. Profetas podem ser mortos, mas o Deus dos profetas continua vivo e inabalável para julgar e condenar os promotores das impiedades.
Acabe era invocado, o bicho era doido mesmo. Odiava Micaías, quem era Micaías? Um profeta que em sua independência e comprometimento com o Senhor falava somente o que recebia da parte d’Ele, não tinha disposição para massagear o ego do rei, nem se tornar seu capacho. Acabe foi ainda mais deformado em seu espírito por Jezabel, ele odiava profetas sérios e fiéis ao Senhor, sentia aversão. Mas parece que não é diferente hoje. A diferença entre o Acabe de ontem e os Acabes de hoje é a dissimulação, o Acabe de ontem demonstrava; os Acabes de hoje tentam disfarçar o seu ódio e a sua aversão, mas os Elias e Micaías de hoje percebem e não se amedrontam. Tudo o que Acabe conseguiu, na sua trilha da impiedade e na escola da perversidade com a deformadora Jezabel, foi se divertir um pouquinho com o poder fazendo maldades, e consequentemente comprometendo a própria vida, caminhando firmemente para a morte desonrada.
O rei Acabe se foi, porque todo homem, inclusive os reis passam, mas ele deixou um consistente exemplo de como se submeter a pessoas erradas, um legado de impiedade e um passo-a-passo de como ser uma pessoa benquista aos olhos de muitos homens, mas abominável aos olhos de Deus. Terrível coisa é não temer ao Senhor, o Deus que nunca muda e a sua Palavra é a mesma.
Acabe se foi, mas fez escola, o espírito do erro que o conduziu ainda opera em nossos dias. Deus ainda tem os seus Elias e Micaías, esses não temem aos Acabes, não vivem à procura de relevância, não têm medo do ostracismo, eles temem, amam e são fiéis ao seu Senhor. Vivem para ser e fazer o que o seu Senhor deseja, são simples instrumentos em Suas Mãos, ainda que lhe custe a própria vida diana hinchable gigante. Não estão aptos para matar ninguém, mas estão prontos para morrer se assim o Seu Senhor desejar e permitir. Homens da ordem de Elias e Micaías, não se vendem ao jogo do poder, não negociam para terem um lugar na choupana da impiedade disfarçada de corte, vivem nas trilhas da piedade, gostam de servir aos homens, mas o seu lema é: amor, fidelidade e serviço ao SENHOR, o Rei cujo reino é eterno e o seu domínio não terá fim.
Acabe e o seu exemplo causam repulsa, Elias e Micaías, inspiram. Bendito seja o Deus que está acima dos Acabes, bendito seja o Deus que ama homens como Elias e Micaías, e doidos são aqueles que vivem fissurados pelo poder e por causa de sua sobrevivência, permitem-se evoluir de sujeitos religiosos para marionetes da impiedade.
Na perspectiva do Reino de Deus, o poder não está contra os homens, ele está a favor dos homens; na perspectiva do reino o poder não está a serviço da morte, ele está a serviço da vida. Na perspectiva do reino o poder não está a serviço do ego humana (autopromoção), ele está a serviço da GLÓRIA DE DEUS!