David Costa Pereira[1]
Ser pastor é atender um chamado de Deus. “Fiel é esta palavra: Se alguém aspira ao episcopado, excelente obra deseja.” 1 Timoteo 3.1. O pastor é um servo de Deus, que foi chamado para um serviço específico, dentre os vários serviços existentes no Reino de Deus. No exercício desse ministério exige-se do vocacionado uma capacitação sobrenatural para atender as demandas da vocação pastoral. “Meu Deus suprirá todas as vossas necessidades segundo as suas riquezas na glória em Cristo Jesus” Filipenses 4.9. O próprio Deus que chama, é o mesmo Deus que capacita o vocacionado e é o mesmo Deus que supre todas as suas necessidades com o objetivo de cumprir o propósito de seu chamado pastoral, “… o aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do ministério, para edificação do corpo de Cristo.” Efésios 4.11,12.
Das várias expressões utilizadas pelos autores neotestamentários, para designar o vocábulo pastor, podemos extrair qual deve ser a conduta que o pastor deve ter no exercício do seu chamado pastoral diante da comunidade na qual está inserido, bem como, quais devem ser suas motivações e atitudes pessoais para com a igreja local, que está sob o seu cuidado. Em nenhum dos termos que encontramos no Novo Testamento, exprime a ideia do indivíduo possuir todos os dons e competências necessárias para o exercício ministerial.
Não posso afirmar que não exista, mas são raros os pastores que possuem todas as qualidades espirituais e ministeriais necessárias para o exercício da vocação pastoral. Mas é necessário que o pastor tenha um desejo, aspire e se esforce para alcançar, que é agradar a Deus. Para ser pastor, não basta somente querer agradar a Deus é preciso empenho e dedicação para agradar a Deus.
Além da capacitação espiritual concedida por Deus, em forma de dons espirituais e ministeriais, é exigido do pastor algumas competências e atitudes necessárias para o exercício do ministério. Nem sempre o pastor terá todos os dons e todas as competências, necessárias para o exercício da função pastoral. Mas existe algo que deve ser comum a todos os pastores, que é o anseio de agradar a Deus. É nesse ponto, que surge uma pergunta, qual deve ser o empenho do pastor para alcançar o objetivo de agradar a Deus?
O apóstolo Paulo escrevendo sua segunda carta a igreja que está na cidade de Coríntios, no capítulo cinco, versículo nove exorta que aqueles que possuem o penhor do Espírito, “… nos esforçarmos para ser agradáveis a ele …”. No exercício do ministério pastoral o pastor deve ter em mente que ele deve fazer tudo que estiver ao seu alcance para agradar a Deus. Esse deve ser o desejo máximo na vida do vocacionado, sempre procurar agradar a Deus em tudo que venha fazer. Para Paulo o objetivo máximo da vida do vocaciona é procurar agradar a Cristo. Não é simplesmente, querer viver e trabalhar em harmonia com a vontade do mestre.
Mas o apostolo compreendia que para alcançar esse objetivo ele teria de sofrer, e em alguns momentos se sacrificar por amor de Cristo. Para o pastor exercer as suas funções pastorais em alguns casos, ele enfrentará desprezo, perseguição, sofrimento, humilhação em algumas situações até prejuízo material, para alcançar o objetivo de agradar a Deus. É claro, que a natureza humana, através do orgulho e vaidade, e acaba nos tirando do nosso objetivo principal.
Entendo que ultimamente o nosso maior inimigo que nos retira do foco de agradar a Deus com nossa vida integral é o desejo natural de satisfazer o nosso próprio orgulho, nossa vaidade de sermos notados e aplaudidos. Nesse caso precisamos seguir as orientações paulinas “crucificar a carne, com as suas paixões e os seus desejos”. E andar com propósito de agradar a Deus. (Gálatas 5.24,25)
Referência:
BIBLIA Leitura Perfeita: Letra Grande. 1ª. ed. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2018.
HANSEN, David. Arte de Pastorar: Um ministério sem todas as respostas. São Paulo: Shedd, 2001.
QUEIROZ, Edison. Transparência no ministério. São Paulo: Vida, 2006.
SOBRINHO, João Falcão. Agora sou pastor: Orientações e conselhos práticos para pastores. Curitiba: A D Santos, 2011.
[1] Pastor e professor do STBNe, na área de Antigo Testamento e teologia Bíblica do Antigo e Novo Testamento, Pastor Batista. E membro da comissão teológica da OPBB, seção Bahia, subseção Salvador.